terça-feira, 17 de maio de 2011

superei-me

Hoje...Só hoje, fatalmente consegui resistir. Superei-me. Guardei-me. Expulsei de mim a necessidade primitiva de falar, de dizer, de explodir...reduzi-me a implosão. É mais doloroso sem dúvida, porque não partilhável. E é também nobre porque evita mágoas.

Assimilei que: "Quando falar não passa de uma repetição de nós mesmos melhor é calar".

Hoje, calei-me.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Escadas

Quanto mais cresço, mais percebo que sexo é instinto e por isso deve ocorrer em lugares inusitados.

Quando crescemos tentamos sempre impor mais religiosidade ao sexo, tornamo-lo um acto solene, que só pode acontecer numa cama ou num certo espaço com requisitos cuidadosamento seleccionados em que o mais importante são quatro paredes. Que ideia atroz!!! Sexo por natureza não se deve prever, tem de acontecer...Sem lugar e nem hora marcada...Sem cálculos.

E se for numa escada?

Tem sensação melhor do que a de ser penetrada por trás e a morrer de medo de ser vista por alguém? Não sei não! A adrenalina supera qualquer risco. É bom demais.

Presumo que muitos casais caem na rotina por assumirem que a menina e o menino neles deve morrer com o casamento...Urge cultivar o namoro com todas as suas impossibilidades. É necessário por um momento, imaginar que não se tem uma casa e seguir os instintos, virar primitivo.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Ódio de estimação

Chego aquele ponto sem retorno em que ou é cair ou voar, penso!

Depois descubro que indepentemente de ser para a queda ou para o voo, encontro sempre um caminho para voltar para ti. Faço-o pessoal e conscientemente. Apercebo-me com relutância que mesmo que eu não queira, continuas a fascinar-me como nunca ninguém o fez.

Se olhares para mim, com olhos de ver, compreenderás que não sei ser sem ti, desaprendi a não ser fusão (a nossa) e cansei-me de insistir em cultivar forças para apartar-me de ti. Até porque não sei se há qualquer tipo de vida onde tu não existas.

Sei que é nos momentos que menos mereces, que eu mais te amo, até porque, é quando mais precisas, para permaneceres comigo. És sim o meu ódio de estimação, aquele que eu mais perservo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Congelada

Hoje decidi congelar meu desejo. É uma escolha que faço e que assumo sem me importar mais. Parei o meu desejo direccionando a uma única pessoa, para não mais ter que ir embora, ou despedir-me de alguém. Já não estou em condições de suportar mais abandonos ou perdas. Quero algo que seja totalmente certo e irrevogável, tal como a morte.