sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O terceiro elemento

Estou com o coração apertado por ter de apartar-me de ti. Em outras circunstâncias eu acharia que uma temporada longe rejuvenesceria os nossos afectos, porém, agora, a situação afigura-se diferente porque os medos tomam conta de mim e dilacero.



Eu gostava do tempo em que confiava ser a tua pessoa, e acreditava não porque tu fazias por isso, mas porque eu sentia, como ja referi anteriormente sentir é a melhor forma de saber, e eu fiava-me nisso. Agora, por mais aturado que seja o meu exercicio nesse sentido, eu não consigo afastar da minha cabeça o terceiro elemento, aquele que tu juntaste a nós, não consigo. E isso, dá comigo em doida. Normalmente só sano esse sentimento quando estou contigo, perto, junto...E não vou estar. Ela vai estar. O que vai sobrar de mim?



Acredito que se tu decidiste impor-me esse facto e afecto novo é porque é de uma importância para ti e nada tem a ver com as questões sociais que insistes em referir. Até porque tu és de uma teimosia abstinada e só te envolverias querendo...



És capaz de perguntar-te porque falo nisso depois de termos estado tão bem toda semana, falo porque nunca fui esclarecida, nunca tive respostas, falo porque fui fraca e não resisti aos desejos da carne no momento em que deviria pôr minha cabeça a funcionar, falo porque doi-me ter sido preterida, falo porque sinto que faça o que eu fizer sempre serei essa mulherzinha que serve unicamente para alguns momentos fugazes...



Sei hoje que quero uma história partilhada contigo, sem furos, frestas ou escapes, quero que seja de verdade o que vivemos, quero ser capaz de ter um gesto contigo e estar certa de que o gesto é so para ti...quero a ti do antes dela...quero. Apesar de insistires que nada mudou entre nós. Digo-te eu, que mudou tudo, totalmente...Talvés porque tive de descobrir por mim...Talvés. Certo é que devias ter-me dito, preparado...Faz doer demais ter sabido assim!!!



Mentiria se te dissesse que não me esforço para esquecer-te quando não estou contigo, faço de um tudo para o efeito e ainda não tem resultado muito bem. Um dia vai. Vai porque o teu propósito era fazer-me sorrir, agora sorrio quando estou contigo, o resto de minha existência é pleno de medos que estejas com ela, e por consequência entristeço, literalmente.



E repare, não estou aqui a apelar-te para a deixares, falo só do que eu sinto. Amo-te e não nego. Tenho tudo para dar-te e se a minha vida servir para confirmar, leva-a, sou tua, completa e tolamente, por ora. Beijo-te apaixonada

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vida minha



Faz tempo que não te escrevo. Sei. Presumo que preferi pronunciar meu afecto em gestos e reservar as palavras para mim. Também sei que em cada gesto meu transparecem palavras que calo.


Hoje, no entanto, decidi colorir teu dia com uma mensagem de afecto no gesto falho (não te vi). E este acto não tem nada de glorioso, tem mais desespero causado pela sensação de assumir que não te veja. Sinto tua ausência de forma particular, talvez porque logo cedo vi-me submersa em ideias que nos ligavam de alguma forma, recriei planos vezes sem conta na minha cabeça. E não era saudade, era mais vontade de olhar-te e ver-me no teu olhar.


Há uma certa segurança no teu olhar. Qualquer coisa doce, certa, como que a dizer que não nos devemos preocupar, que estas aí. Gostava eu, na minha possessividade de guardar esse olhar teu para mim, exclusivamente, mas sei que qualquer pessoa atenta nota esse olhar e tu passas a significar muito mais. Apesar de amar a tua boca suave, vezes sem conta é no teu olhar que me perco. Não necessariamente os olhos, mas o olhar.


Não me quero alongar, quero só dizer com uma certa urgência que vou cuidar de ti. Quero.


Beijo-te com a mesma urgência do cuidado.


Tua,


Sempre,


Eu.