segunda-feira, 28 de março de 2011

Levas sem querer ter

Como podes tu beijar-me e olhar-me com esses olhos húmidos para depois insistir que não queres compromisso? Como podes tu fazer amor com tanto fervor e depois dizer-me que tens um monte de mulheres com quem partilhas o mesmo? Como consegues tu tocar-me com tanta convicção e depois assumir que não tem a miníma importância? Porque eu não consigo fazer-te o mesmo? Ridículo... Permaneço nessa insistência mesmo nessa agressão de honestidades. Onde é que aprendes a ser tão honesto? Essa honestidade violenta, que não poupa. Que tipo de honetidade é essa que só distrói? Era o contrário que se devia impor. Uma honestidade que constrói e não essa que despedaça, que torna o outro lixo, sem alternativas, sem perspectivas. Não entendo essa modernidade em que não se cultiva o duradoiro. Tudo é de uma fugacidade esmagadora. Como se a vida fosse uma soma de instantes e não um caminho que se precise de atravessar para alcançar um propósito. Tens tanto medo de ser que vives sem sequer saber o que és. Que mundo é esse o teu em que só te importas com números? Com quantidade? Não te ocorre preocupares-te com dor alheia? Porque cativas-me tão continuamente se o que queres é nada? Porque então exiges atenção de mim se não és capaz de dar amor? Eu não consigo entender-te.

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