Eu hoje queria ser capaz de escrever-te baixinho, palavras que te tocassem, um toque de toda humanidade, que te dissessem que preciso de ti, de uma necessidade primeira, tal a de um recém nascido a mãe. Queria poder dar-me ao falar-te. No entanto, não passo de uma rapariga vulgar que se emociona quando pensa-te, que se desintegra quando está perto de ti e quase morre quando prende-te dentro dela.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Ao teste diário
Tentei criar asas em mim, porque muitas vezes penso que as pernas não me dão o equilibrio suficiente ou se calhar necessário para caminhar ao teu lado, contigo. Reaprendo a ser todos os dias para adequar-me a ti, e estarmos juntos.
E confesso,
Mudaria muitos aspectos da minha vida sem dúvida, mas é um processo tão moroso esse, que quando dou por mim, já voltei a falhar, a cair na tua escala. Contigo tenho a sensação de estar sempre em testes. E a reprovar repetidamente. Penso que não sei continuar a cair. Porque alguns pedaços de mim ficam grudados no chão. Não sei como ser....
A minha imagem fotografada por ti
Posaria limpa na tua foto, sem qualquer maquilhagem, sem nenhum tipo de photoshop, ainda que corresse o risco de me veres todas as manchas. Eram só teus olhos que eu queria que me olhassem para a moldura que prevaleceria para o futuro, para a aquela memória insusceptível a passagem dos tempos. Deviam ser sim, os teus olhos a desenhar-me nessa foto, como que a transcrever para o papel os sentimentos teus por mim. Seria a reprodução mais exacta, de mim. A tua óptica sempre foi melhor visão de mim, de certo.
Sensações vivas
Hoje, não sei bem porque, consigo sentir a densidade dos vazios se repetirem em mim ou talvés sempre tenham estado aqui comigo, mas que só agora acordaram e me acordaram para a sintonia ou para mera intromissão.
Não sei bem, sei só, que são sensações que gritam, que clamam por resoluções sejam de silêncio, de dor, de retiro... Sei lá, seja do que forem.
São sensações que grudam em todos os sentidos. É como se algo tivesse implodido em mim e estivesse prestes a transbordar. Não sei. Sensações.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Encantamentos
Como era possível que ele questionasse toda nossa história só porque eu me tinha encantado com um certo rapaz? Em que momento um problema conjuntural abalava toda a estrutura? Ainda hoje pergunto-me, como era possível ele não ter notado que foi daquele encantamento que reafirmei todo meu amor por ele.
Não é que eu minimize o encantamento, a questão é que engrandeço demasiado o amor para permitir-me perder na fugacidade de uma paixão. As paixões servem para confirmar o amor, nunca para questioná-lo. O amor é tão maior que não se dobra a obstáculos. Resiste sempre se é amor.
Ele sempre fora o cerne da minha história apesar das minhas distracções. Isso, distracções. Não digo aqui que as paixões não fossem importantes, são-no na maior parte das vezes, o que digo e insisto é que o definitivo e o irrefutável era o meu amor por ele.
Na verdade, eu acredito que não existam pessoas totalmente fiéis. A fidelidade exige uma atitude endeusada, e nós não passamos de homens, ainda que tentemos ser correctos, não atingiremos nunca a perfeição, mas é no meio das nossas imperfeições que o amor se revela. E se formos capazes de encontrar esse amor, então não haverá paixão que o faça curvar.
Aprendi com o passar dos anos que o que se deve pedir a um ser semelhante é única e exclusivamente a lealdade.
Soube a muito custo que não era só pelos actos que se poderia ser infiel, mas até pelas omissões. As vezes sem mais nem porque sou impregnada brutalmente com o cheiro de um estranho pela rua, então penso, porque é que um perfeito desconhecido causou todo esse alvoroço em mim? E se ele voltasse e me olhasse? Sei lá. Trair é tão quotidiano que chega a doer.
Quem é que nunca desejou ser tocada por aquele galã de cinema?
Pois...
Aprendi a exigir só o que posso dar.
Quem é que nunca desejou ser tocada por aquele galã de cinema?
Pois...
Aprendi a exigir só o que posso dar.
A lua e o Domi
Ontem a caminho de casa, contemplei uma lua linda. Ainda agora tentava lembrar de algo que lograsse afastar a experiência que foi aquela visão. Continuo na tentativa. A imagem daquela lua está impressa na minha retina. E não posso retirá-la. Fecho os olhos e encontro-me com ela. Olho no olho, como se partilhássemos um momento só nosso e que ninguém mais pudesse ver. Tenho a imagem de uma lua só minha, em exclusivo. É uma sensação de estar a particularizá-la.
Quisera que todo mundo a tivesse visto assim imponente, minha, ou pelo menos, com os meus olhos. Sei que alguém a viu. E não foi qualquer pessoa, foi um admirador inquestionável desse corpo celeste. Sei que viu, tenho certeza que foi olhá-la naquele preciso instante do meu chamado. Em algum momento a contemplamos em conjunto, numa dimensão partilhada a uma certa distância.
Obrigada.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Assume, é melhor
Sei que foste tu. Sei. Foste tu que fizeste aquilo e que não consegues dizer. Talvés devesses. Já que não podes mudar o que fizeste, não podes sequer apagar o que se inscreveu no teu passado ou contorna-lo. Melhor será dizer, até porque seria impossível manter esse segredo justo para nós.
Lutar contra isso é pior do que assumir as consequências da verdade. Tens a sensação que a verdade persegue-te. É o que acontece na verdade, funciona como um puzzle e as peças tendem a encaixar no lugar certo com tempo e parece que todo universo conspira contra ti até que finalmente és apanhado. Aí percebes que teria sido melhor se tivesses dito, tu, pessoalmente.
Conta... é melhor.
cadê as mulheres fêmeas?
Não percebo essas mulheres que não precisam de laços para se unirem a alguém. Como pode cultivar-se tanto sexo sem amor dessa forma tão reiterada?
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Luxúria
A minha vida é um perfeito equilíbrio, não percebo porque insisto em acrescer sempre algo mais. a luxúria é de facto o pior dos pecados. Quisera eu puder sanar da lista dos meus 7 pecados!!!! Quisera. Metade dos meus problemas estariam resolvidos. Porque querer mais do que já se tem? Viver é foda, ultrapassa qualquer entendimento.
A imagem não era minha
Aconteceu-me algo inédito ao olhar-me ao espelho hoje, não me reconheci. Explico, tive aquela sensação de ver-me e não ajustar-me a minha pele! Era como se aquele conjunto todo de carne, ossos...de mim..não fizesse parte de mim, não me formasse de todo. Não sei.
Alguns pedaços se perdem ao longo do percurso complicado que é viver. E de chofre somos apanhados numa situação em que o pedaço em falta é tão maior que deixamos de ser nós, assumimos um outro personagem, algo piorado ou melhorado...Com uma certa dose reforçada de surpresa assustamo-nos. E foi o que sucedeu-me hoje, assustei-me literalmente com essa mudança visível ao meu olhar tão desprevenido.
Creio que seja o percurso.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Jess
Queria ter podido escrever-te algo mais iluminado como só tu fazes aos meus dias, não posso no entanto, tu és tão mais que não me permito definir-te ou classificar-te...creio que cairia num erro grosseiro. Não quero minimizar-te ou acrescer-te o que quer que seja, tu já és. Obrigada por fazer parte da minha vida coisinha linda.
Desculpa...
Era muito fácil dimensionar a dor alheia! Ouvia-a todos os dias no seu lamento e decidia por ela que ela só se mantinha naquela situação por opção. As suas alternativas eram tantas e ela escolhia justamente aquela que mais magoava. Mas quem era eu para saber o que de facto se passava?
Não poderia saber. Muitas vezes, por erro grosseiro, e sem ter presente uma série de elementos posicionamos-nos em julgamentos algo fúteis. Julgamos. Não. Condenamos mesmos. Pior é que é sempre sem provas conclusivas. Partimos de uma única permissa e formamos o silogismo.
Como poderia eu ter tanta convicção em problemas tão estruturais?
Eu conhecia só a ponta do iceberg e no entanto gritava o tamanho de todo iceberg. Ela sabia melhor do que eu, do que ninguém o que se passava naquela relação.
Ademais, é certo que cada um suporta o fardo que lhe se ajusta. Ela saberia de certo a melhor resolução daquilo que eu decidira sem permissão ou capacidade. Nada me conferia legitimidade para tomar por meu um problema alheio. De onde eu tirava tamanha ousadia?
Hoje, soube com relutância que sim peri-peri no cú do outro é chocolate. Desculpa.
Ficaram
Todas vezes que ele insistia em ir-se embora, aqueles olhos grudavam nele. Aqueles olhos húmidos, quase de apelo. Aqueles olhos de flashback. Ai, quando ele se recordava da história deles, permanecia imóvel. E não era porque ele tivesse algo a acrescer aqueles minutos que tinham o peso brutal da decisão. permanecia ali, impávido e sereno. Nunca tivera coragem para enfrentar o depois deles dois.
Pensava
E se se arrependessem no futuro ou no minuto seguinte,
E se conseguissem viver um sem o outro, isso era o que mais doía..sangrava...era uma dor física, assim como um murro na boca do estômago...
Sim doía...custava imaginarem-se nos braços e abraços de outras vidas, outras pessoas...outras...Como poderiam conceber uma outra história para além da deles e ainda por cima associada a eles? Como reduziriam aquelas promessas todas? Como?
Desistir era um fardo demasiado pesado para carregar. Então ficavam com a promessa de mais amor enquanto o amor existisse. Afinal, sobravam tantos sentimentos! Então, ficariam por mais essa eternidade enquanto o amor durasse.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Verdade versus Mentira
Eu lido melhor com a verdade do que com a mentira. Nunca fui do tipo de pessoa que prefere o conto de fadas, todo perfeitinho, sem brechas, sem fendas, sem frestas...Sei que viver é por si só complicado e exige outros adereços para sobrevivência. Mentir as vezes é necessário, digo, necessário para salvaguardar um bem maior. Porém, é imperioso que passada a tempestade, assumamos uma postura que nos difere dos demais mortais, dizendo a verdade.
A verdade é sempre melhor que a mentira, e acreditem, não há humilhação maior do que ser descoberto. O sensato é contarmos nós mesmos, em primeira mão, a nossa versão dos factos, usando o nosso tom de voz, emprestando um certo ar de culpa ao nosso discurso...De certo as atenuantes são maiores e absolvição é quase garantida.
Se é o outro a descobrir, ao facto já está agravada a conduta de não termos sido nós a contar. A maior parte das vezes, a pessoa que nos conta a verdade é que conta. Imagina se for a pessoa que nos mentiu??? Não nos restará alternativas senão perdoar. Claro que não é automatico. Mentiras ferem, magoam e mais do que isso, quebram a confiança e o ele que existia.
Sempre achei que a conquista apresenta-se sem qualquer valor diante da reconquista. Só um homem tino é capaz de reconquistar. Conquistar até um tolo pode fazê-lo. Quem é capaz de reconquistar tem o mundo a seus pés.
Estranhamente, todos os mentirosos têm a mesma atitude, recusam-se a primeira descoberta e exigem que a pessoa enganada argumente até a exaustão, colha e reúna provas que o confrontem de modo que fique sem saída. Porque tamanha estupidez!!!
Durante anos imaginei que as pessoas que tem por hábito mentir (não falo dos mentirosos compulsivos), acreditassem que fossem mais inteligentes que as suas presas. Absurdo, de loucos!
Mais hediondo ainda, é o facto de acrescentarem outras mentiras a sua mentira. Na tentativa de construir cenários ou afastar evidências. Fica sempre pior. As vezes aquela última mentira é que torna o resto monstruoso.
Numa coisa há que entrar em concordância: é impossível mentir para todo mundo o tempo todo. Há sempre um furo e alguém descobre.
Sei no entanto, que mentir acontece-nos. É humano e nos humaniza. Mas permanecer na mentira tira-nos toda humanidade. Não passando de seres irracionais e sem nenhum propósito....
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Só mais uma vez
Foi um momento elaborado ao pormenor. Quando chegou a hora do encontro, o mais esperado encontro, o meu corpo já estava preparado para receber-te que não houve tempo para saborearmos o vinho escolhido tão a propósito. Haviam urgências a serem sanadas. Não podia dar-me ao luxo de outros gostos antes do teu, era a ti que queria saborear, comer...e tinha fome. Muita...
Tinha que me livrar da roupa, fí-lo sozinha, ultrapassei a delicadeza que se espera de uma dama, esperei sem paciência visualizar o teu corpo nu, era de uma beleza teu corpo nu, até soava a arrogância tê-lo sempre coberto. A expectativa de teu corpo nu, driblou o frio que havia naquele quarto...preparado com uma precisão matemática. Sim, havia ao detalhe tudo que era necessário para que a nossa fusão se operasse.
Estavas finalmente nu e eu completa e definitavamente molhada, eram cheiros que se intensificavam na mistura de secreções e exaltações de presenças. Mais parecíamos estar na arena, nós, gladiadores do amor, aquela fome, aquela vontade...Nós. Era um misto de força e delicadeza.
Podia até ser que se resumisse a sexo aquele momento, sem promessas de repetição. O que permanece no entanto, é o que senti e que guardo, ainda que não voltes.
Subscrever:
Mensagens (Atom)