segunda-feira, 11 de abril de 2011

Verdade versus Mentira


Eu lido melhor com a verdade do que com a mentira. Nunca fui do tipo de pessoa que prefere o conto de fadas, todo perfeitinho, sem brechas, sem fendas, sem frestas...Sei que viver é por si só complicado e exige outros adereços para sobrevivência. Mentir as vezes é necessário, digo, necessário para salvaguardar um bem maior. Porém, é imperioso que passada a tempestade, assumamos uma postura que nos difere dos demais mortais, dizendo a verdade.


A verdade é sempre melhor que a mentira, e acreditem, não há humilhação maior do que ser descoberto. O sensato é contarmos nós mesmos, em primeira mão, a nossa versão dos factos, usando o nosso tom de voz, emprestando um certo ar de culpa ao nosso discurso...De certo as atenuantes são maiores e absolvição é quase garantida.


Se é o outro a descobrir, ao facto já está agravada a conduta de não termos sido nós a contar. A maior parte das vezes, a pessoa que nos conta a verdade é que conta. Imagina se for a pessoa que nos mentiu??? Não nos restará alternativas senão perdoar. Claro que não é automatico. Mentiras ferem, magoam e mais do que isso, quebram a confiança e o ele que existia.


Sempre achei que a conquista apresenta-se sem qualquer valor diante da reconquista. Só um homem tino é capaz de reconquistar. Conquistar até um tolo pode fazê-lo. Quem é capaz de reconquistar tem o mundo a seus pés.


Estranhamente, todos os mentirosos têm a mesma atitude, recusam-se a primeira descoberta e exigem que a pessoa enganada argumente até a exaustão, colha e reúna provas que o confrontem de modo que fique sem saída. Porque tamanha estupidez!!!


Durante anos imaginei que as pessoas que tem por hábito mentir (não falo dos mentirosos compulsivos), acreditassem que fossem mais inteligentes que as suas presas. Absurdo, de loucos!


Mais hediondo ainda, é o facto de acrescentarem outras mentiras a sua mentira. Na tentativa de construir cenários ou afastar evidências. Fica sempre pior. As vezes aquela última mentira é que torna o resto monstruoso.


Numa coisa há que entrar em concordância: é impossível mentir para todo mundo o tempo todo. Há sempre um furo e alguém descobre.


Sei no entanto, que mentir acontece-nos. É humano e nos humaniza. Mas permanecer na mentira tira-nos toda humanidade. Não passando de seres irracionais e sem nenhum propósito....

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