quarta-feira, 13 de abril de 2011

Desculpa...

Era muito fácil dimensionar a dor alheia! Ouvia-a todos os dias no seu lamento e decidia por ela que ela só se mantinha naquela situação por opção. As suas alternativas eram tantas e ela escolhia justamente aquela que mais magoava. Mas quem era eu para saber o que de facto se passava?




Não poderia saber. Muitas vezes, por erro grosseiro, e sem ter presente uma série de elementos posicionamos-nos em julgamentos algo fúteis. Julgamos. Não. Condenamos mesmos. Pior é que é sempre sem provas conclusivas. Partimos de uma única permissa e formamos o silogismo.




Como poderia eu ter tanta convicção em problemas tão estruturais?




Eu conhecia só a ponta do iceberg e no entanto gritava o tamanho de todo iceberg. Ela sabia melhor do que eu, do que ninguém o que se passava naquela relação.




Ademais, é certo que cada um suporta o fardo que lhe se ajusta. Ela saberia de certo a melhor resolução daquilo que eu decidira sem permissão ou capacidade. Nada me conferia legitimidade para tomar por meu um problema alheio. De onde eu tirava tamanha ousadia?




Hoje, soube com relutância que sim peri-peri no cú do outro é chocolate. Desculpa.








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